Muita gente crê que os mortos bons se encontram no Céu e os maus no inferno. Mas isso não passa de uma fábula oriunda do paganismo, pois a Bíblia ensina que os mortos estão no pó da terra, de onde não sairão até o dia da ressurreição.
“Morrendo o homem, porventura tornará a viver? ... Assim o homem se deita, e não se levanta; até que não haja mais céus não acordará nem se erguerá de seu sono” (Jó 14:14 e 12). “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação” (João 5:28 e 29). “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão...” (Daniel 12:2). “E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados” (Mateus 27:52). Esses santos não estavam no Céu, mas dormiam nos sepulcros.
“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma (Eclesiastes 9:10). A Bíblia não diz que o homem, na morte, se divide em duas partes, indo uma delas – a matéria morta – para a sepultura, e a outra – uma alma abstrata, consciente e imortal – para o Céu ou para um lugar de tormento. Na morte, o homem não desprende outra coisa senão o fôlego, o ar inalado.
A individualidade consciente, ou seja, o eu pensante do homem, morre juntamente com o corpo. Caso essa suposta alma abstrata, consciente e imortal do justo fosse para o Céu, então sua obra, indústria, ciência e sabedoria continuariam ali, ou seja, ele, no Céu, continuaria ativo e consciente. Mas a Bíblia diz que estas coisas cessam na sepultura.
A palavra hebraica correspondente à “sepultura” é “sheol”, e a grega é “hades”. Essas mesmas palavras são também, muitas vezes, traduzidas por “inferno”. Sepultura e inferno são, por conseguinte, a mesma coisa. Ainda que frequentemente traduzido por “inferno”, “sheol” nunca significa “um lugar de tormento”. Tal lugar não existe. Em parte alguma a Bíblia fala desse lugar imaginário. O patriarca Jacó esperava descer ao “sheol” quando morresse (Gênesis 37:35; 42:38), onde pensava se achasse seu filho José. Mas acreditava Jacó que seu filho estivesse nas chamas infernais da teologia popular? Queria ele acompanha-lo a esse suposto local? Até uma criança sincera compreenderia que não.
Outro patriarca fiel, Jó, quando enfermo, desejava descer ao “sheol” (Jó 14:13). “Sim, a minha esperança”, disse ele, “descerá até os ferrolhos do sheol quando juntamente no pó teremos descanso” (Jó 17:15 e 16). Anelava e esperava o patriarca descer às chamas infernais? De maneira nenhuma! Jonas relatando sua experiência, disse que havia estado no “inferno” – “sheol” – (Jonas 2:2), de onde clamara a Deus. Com isso ele não quis dizer que estivera num lugar de tormento, em chamas, mas sim no ventre de um grande peixe.
A alma, que é a própria pessoa, morre e é sepultada. “Que homem há que viva, e não veja a morte, que haja de livrar a sua alma do poder do inferno (sheol)?” (Salmos 89:48). Do inferno não há quem possa livrar sua alma, uma vez morta. Até a alma de Cristo foi posta no inferno, tendo ali sido ressuscitada no terceiro dia. “Pois não deixarás a Minha alma no inferno (sheol)”, disse Jesus pela boca de Davi, “nem permitirás que o Teu Santo veja a corrupção” (Salmos 16:10). Eis o destino de todos os homens na morte: “Como ovelhas são postos no inferno; e eles serão pasto da morte e os justos terão domínio sobre eles na manhã; e passada a sua glória, tudo o que tiverem se envelhecerá no inferno” (Salmos 49:14).
Se o inferno é “um lugar de tormento em chamas”, então se resulta que as ovelhas são ali lançadas quando morrem. Mas isto é demasiado absurdo para alguém crer. Todo homem, bom ou mau, ao morrer, retorna para o pó da terra. Mas, com isto, não está tudo acabado, pois ao cristão resta a gloriosa esperança da ressurreição na segunda vinda de Cristo. “Mas Deus remirá a minha alma do poder da sepultura”, disse Davi, “pois me receberá” (Salmos 49:15) .
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