Na simplicidade da santa Bíblia, o livro amado dos cristãos, vemos em suas
lapidares páginas emanar o poder de um Deus supremo, único pessoal e amoroso.
Encontrá-lo nas primeiras linhas do livro da Gênese do Mundo (Gênesis capítulo 1) na
semana inicial da história desta Terra criando todas as coisas culminando com a Sua
obra-prima, o homem, no sexto dia. E então, amanheceu o dia sétimo. O primeiro sá-
bado da Terra e Deus o esta passando com Seus filhos – Adão e Eva, recebendo de-
les e de toda criação o primeiro culto de louvor. O mundo era então um paraíso de
amor e de felicidade, onde o belo par desfrutava da cidade plena e gozava da compa-
nhia pessoal do Senhor Deus.
Como qualquer pai bondoso e correto, Deus mostrou-lhes os privilégios da o-
bediência e as conseqüências da transgressão.
Criando seres humanos, morais e livres Deus precisava saber se eles O obe-
deceriam, portanto fez-lhes um teste. Autorizou-os a comerem de todas árvores frutífe-
ras do Jardim do Éden. Inclusive do fruto da árvore da vida, para que este os tornasse
longevos, haja vista terem recebidos imortalidade condicional à sua obediência. Proi-
biu-lhes, porém, tocar no fruto da árvore da ciência do bem e do mal. Representava
esta árvore a lei de Deus, a vontade explícita do Criador. E então a voz de Deus eco-
ou: “... porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.
Esta foi única proibição que Deus achou próprio impor-lhes. “Deus não permiti-
ria que Satanás seguisse o santo par com contínuas tentações. Poderia ter acesso a
eles apenas na árvore do conhecimento do bem e do mal”. E foi justamente aí que Eva
caiu.
Lastimosamente, Eva preferiu ouvir Lúcifer com suas propostas sedutoras (in-
teligência, igualdade com Deus, imortalidade...); afinal, a serpente, o animal mais belo
do Paraíso, estava comendo do fruto proibido e não morreu, pelo contrário, falava; e
nunca se ouviu que um animal falasse. Eva desconfiou de seu Pai Celestial, transgre-
diu a vontade expressa do Criador, vindo seu esposo a seguir-lhe os passos de deso-
bediência.
- Pecaram!
Com o pecado interrompeu-se temporariamente a comunhão pessoal que Adão
e Eva entretinham com o Senhor “pela viração do dia”. O Céu distanciou-se da Terra e
esta, que deveria ser uma extensão do Céu, ficou separada por um grande abismo.
Adão e Eva teriam que morrer porque desobedeceram. A escolha pessoal e
unesta que fizeram colocou-os desnudos diante do reclamo da lei: “A alma que pecar,
essa morrerá”.
Seria modificada a lei?
Era impossível a Deus mudar ou modificar Sua lei para salvar o homem perdi-
do. Sua lei é tão sagrada quanto Si próprio, pois é o fundamento do Seu governo, re-
querendo, pois de todos, no Céu e na Terra, implícita obediência.
- Não poderia Deus perdoá-los?
Afinal, o perdão é algo tão comum entre os seres humanos. Veja por exemplo o
seu caso, o meu, o de todos. Estamos diariamente perdoando: pai perdoa o filho; o
namorado à namorada, o marido à esposa e vice-versa. “Esta bem, está perdoado,
mas... não repita mais” é a constante diária. Esse é o perdão humano, simples, mes-
quinho e, em muitos casos, fútil e banal.
O perdão divino, no entanto, teria que ser muito superior porque envolveria
todo o Universo, o mundo e as gerações futuras. Não poderia ser um perdão simples é
puramente de um assentimento de cabeça. “Esta bem, estão perdoados, mas não
repitam”; porque todos os seres criados estavam olhando para o trono de Deus, a-
guardando conjecturava em sua mente satânica: “Se Deus disser: estão perdoados,
direi: És um mentiroso, pois afirmaste que o homem morreria se pecasse. Se Deus
confirmar: pecou, vai morrer, direi: injusto és criou uma lei que o homem não pode
cumprir”.
Grande dilema. Deus não poderia destruir sumariamente a Lúcifer; não poderia
alterar Sua lei nem interferir na vontade humana por tratar-se de seres morais livres.
Você mesmo, mesmo neste instante, pode inquirir com toda propriedade: “Se
Deus sabia que Lúcifer arruinaria a vida de Adão e Eva, e por extensão e toda raça
humana, porque então não permitiu-lhe que viesse ao nosso Planeta?” Ou então:
“Porque Deus criou seres humanos com a possibilidade de pecar? Porque Deus não
permitiu que existisse somente o bem?”
Pois tudo isso ocorreu porque a liberdade é o maior dom de que Deus conferiu
aos seres humanos, e o Senhor esperava que eles a usassem na linha do direito e do
dever por gratidão e amor tão somente. Ao conferir-lhes o livre arbítrio, Deus estava
assumindo uma postura de respeito e honram às suas decisões, quaisquer que fos-
sem. Se Deus houvesse criado o homem programado para realizar só o bem, o ho-
mem seria escravo do bem, e toda escravidão é contrária ao caráter divino.
Deus é a essência da liberdade. Ao criar os seres angelicais e humanos, os fez
livres completamente. Por conseguinte, se Deus impedisse a entrada de Lúcifer (o
autor de todos os males) neste mundo, novamente este anjo rebelado faria estrugir
seus canhões de acusação ao Universo dizendo que os seres humanos servem a
Deus não por amor, mas porque eles não têm alternativa. São escravos de Deus por-
que foram criados apenas com a possibilidade de obedecer, afirmaria.
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